A escafocefalia, ou dolicocefalia, possui a estatística de 1 para 2.000 bebês nos EUA, mas ainda assim, é o tipo de cranioestenose mais frequente. É um quadro caracterizado pela alteração estética do crânio do bebê, no caso, é mais alongado e pode gerar sérias complicações.
Existem um momento ideal para realizar a cirurgia de escafocefalia, caso contrário, o paciente pode desenvolver problemas de aprendizagem e psicomotores. É preciso estar atento aos sintomas!
Para saber mais o que é escafocefalia e como tratar continue a leitura. 😉
A escafocefalia, ou dolicocefalia como também é chamada, é um tipo de craniossinostose e trata-se de uma má-formação no crânio do recém-nascido devido ao fechamento precoce das suturas.
As suturas são os espacinhos entre os ossos cranianos, os ossos não são flexíveis, no entanto, as suturas vão fechando com o tempo. Isso, por natureza, ocorre para facilitar a passagem do bebê na hora do parto.
Veja suturas já fechadas:
Fonte: Anatomia Papel e caneta. Imagem com adaptação
Naturalmente, apenas na adolescência os ossos do crânio se encontram completamente fechados, no entanto, em quadros de bebês com escafocefalia esse processo acontece antes, provocando uma deformação craniana, caracterizada pelo maior comprimento da cabeça, principalmente na região da testa; e seu estreitamento.
Confira abaixo uma imagem de um paciente com escafocefalia para maior compreensão:
Existe a possibilidade da escafocefalia não gerar outro sintoma que não seja o estético, no entanto, quando o cérebro fica sem espaço para crescimento, complicações como hipertensão craniana e atrofia podem intensificar o quadro do paciente.
Há uma idade ideal de fechamento para cada tipo de sutura cerebral, veja quais são elas:
Tipo de sutura | Tempo de fechamento |
Fontanela Posterior | 3 a 6 meses |
Sutura Metópica | até os 9 meses |
Fontanela Anterior | 9 a 18 meses |
Sutura Coronal | 2 anos até a idade adulta |
Sutura Sagital | 2 anos até a idade adulta |
Sutura Lambdóide | 2 anos até a idade adulta |
Agora que você já conhece os termos, a escafocefalia é o fechamento precoce da sutura sagital, portanto, deveria se fechar aos 2 anos. Este é o tipo mais frequente dentro as craniossinostose.
Cranioestenose é uma doença que consiste na junção das suturas cerebrais antes do tempo. O quadro pode ser uma cranioestenose simples, quando apenas uma sutura se fecha, ou completo, quando mais de uma sutura se fecha.
Bem semelhante à dolicocefalia, né? Justamente!
A dolicocefalia, ou escafocefalia, é um tipo de cranioestenose de grau primário, ou seja, trata-se de uma mutação genética produzida por causas diretas. Quando as causas são secundárias, como hematológicas, é tratado como uma cranioestenose de grau secundário.
A escafocefalia é considerada uma doença idiopática, no entanto, existem algumas indicações para o aparecimento do quadro, veja quais são:
As mutações genéticas são as causas mais comuns de uma craniostenoses, e quando ocorre por causas genéticas, ou seja, escafocefalia, pode ser melhor compreendida em síndromes comuns, como Síndrome de Crouzon, Pfeiffer ou de Apert.
Os fatores de risco indicados para o desenvolvimento de escafocefalia ou outros tipos de craniostenose, são:
Apenas o neurocirurgião poderá informar a causa exata e, com isso, indicar o tratamento ideal. Por isso, agende uma consulta em rápidos cliques:
Os sintomas para escafocefalia irão variar de quadro para quadro, iremos citar abaixo os sinais mais frequentes da doença:
Por tratar-se de um quadro em que os sintomas são também estéticos, problemas psicológicos podem se desenvolver, como depressão e fobia social por baixa autoestima.
Veja a imagem abaixo comparativo ao crânio saudável e ao crânio de um paciente com escafocefalia para entender os sintomas estéticos:
As consequências da craniostenose e, mais especificamente, da escafocefalia/dolicocefalia são fatores que podem preocupar o paciente e seus cuidadores, isso porque são prejudicadas atividades básicas do dia a dia.
Por exemplo, quanto maior for o alongamento craniano, mais problemas o paciente terá para respirar, comer, ouvir e ver.
É preciso estar atento aos sintomas e diagnóstico indicado pelo neurologista. Quando o paciente possui uma dolicocefalia associada a outra síndrome genética, o grau de complicação aumenta consideravelmente, com o risco de gerar alterações craniofaciais, como deformidades em membros e articulações.
A escafocefalia pode ser diagnosticada logo no nascimento, quando o bebê já apresenta a alteração do formato da cabeça, no caso, mais longada, ou alguns meses após o nascimento. É bastante importante que os cuidadores realizem consultas frequentes a diversos médicos após nascimento do bebê, o neurologista é um deles.
O neurologista irá avaliar o quadro considerando o histórico; exames clínicos, como apalpar a cabeça do paciente, para sentir as suturas do crânio e realizar as medições do índice cefálico (idealmente, o bebê deve estar dentro de 76 a 80, menos que isso, pode indicar uma dolicocefalia).
Além dos exames clínicos, os exames de imagem podem ser bastante úteis, por isso, podem ser solicitados:
Exames de vistas também podem ser realizados, considerando que é uma consequência muito frequente à escafocefalia.
Há casos em que durante a gestação o profissional tenha hipóteses de que a escafocefalia seja uma possibilidade, considerando as dores sentidas pela gestante, exames, atividades e ações realizando durante a gravidez.
Existem diferentes graus de escafocefalia, e para cada um deles, um tratamento indicado. Em geral, o neurologista nem chega a prescrever medicamentos, principalmente se os sintomas são apenas, por ora, estéticos.
O tratamento com maior eficácia para dolicocefalia é o cirúrgico.
A cirurgia para escafocefalia é um tratamento que, geralmente, obtém resultados positivos. O procedimento é realizado por um neurologista a partir dos 6 meses de vida do paciente, com o objetivo de dar maior espaço ao crânio, para que ele continue a crescer sem impedimentos. É um tratamento realizado nas suturas e placas ósseas, não no cérebro, diminuindo os riscos.
O tratamento para escafocefalia deve ser realizado o mais precocemente possível. É preferível que a cirurgia seja feita até os dois anos do paciente para não comprometer a eficácia do tratamento.
Há indícios médicos de que o melhor momento para se tratar cirurgicamente a escafocefalia é aos 9 meses de vida, devido aos índices de eficácia. Em contrapartida, se realizada aos 12 meses, graves sequelas, como intelectuais, podem ser desenvolvidas.
Quanto a sequelas, está muito de acordo ao ponto mencionado acima. Quanto antes tratado, menor a chance de desenvolver sequelas, inclusive, estéticas. É importante que o paciente continue retornando as consultas até que tenha alta assinada pelo neurologista.
Gostou de saber mais sobre o que é escafocefalia, além dos sintomas e tratamentos? Então, se aventure por outros temas do nosso blog. Aproveite!
Lembrando que as explicações aqui descritas e recomendações não substituem a análise específica de cada quadro, realizada somente pelo profissional. Marque a sua consulta, entre em contato com o neurologista de SP, Dr. Thiago pelos meios: