Durante muitos anos, os pacientes com Doença de Parkinson foram submetidos a tratamentos cirúrgicos. Apenas na década de 60, com a introdução da L-dopa, é que um tratamento farmacológico realmente eficaz, foi iniciado. Após a introdução da L-dopa (prolopa) no mercado, o número de cirurgias realizadas para doença de Parkinson caiu muito e quase cessou.
Após cerca de 15 a 20 anos de uso da L-dopa, começou-se a identificar sintomas associados ao uso crônico da L-Dopa, as chamadas FLUTUAÇÕES MOTORAS. Desta forma, houve uma reintrodução dos procedimentos cirurgicos para tratamento da doença de Parkinson. Já na década de 80, a neuroimagem havia avançado de forma significativa e a técnica neurocirurgia também, proporcionando excelentes resultados ao pacientes que eram operados.
No final da década de 80 (1987-1989) houve a introdução na prática clínica, da estimulação cerebral profunda para o tratamento cirúrgico da doença de Parkinson. Esta terapia foi revolucionária e desde então, tendo sido aplicada de forma rotineira no mundo todo.
Não. A minoria dos pacientes com doença de Parkinson precisam de cirurgia. Os principais critérios são:
Diagnóstico definitivo de doença de Parkinson;
Idade menor de 70 (geralmente);
Estado cognitivo preservado;
Boa resposta a L-dopa;
Entre 5 a 10 anos do início da doença de Parkinson.
A cirurgia para doença de Parkinson pode ser realizada de diversas maneiras. Existem as lesões terapêuticas, incluindo a Palidotomia e a Talamotomia, que apresentam excelentes respostas com um custo baixo. Além disso, existe a estimulação cerebral profunda (deep brain stimulation - DBS), procedimento no qual é inserido eletrodos em regiões especificas do cérebros (globo pálido interno ou núcleo subtalâmico) e estes eletrodos modulam a atividade elétrica nestas regiões, proporcionando alívio dos sintomas da doença de Parkinson.
Na figura abaixo, vemos um caso operado pela nossa equipe, com inserção de eletrodos cerebrais bilateral, nos núcleos subtalâmicos.
Após o implante dos eletrodos e do neuroestimulador, deve-se ter cuidado especial em relação a programação do neurostimulador e do manejo das medicações. Costumamos dizer que após um procedimento destes, deve-se literalmente acompanhar de perto os pacientes.
Se precisar dos serviços de nossa equipe, por favor nos contacte (www.drthiagorodrigues.com).