O hemiespasmo facial é uma condição que inicialmente pode não causar tanta histeria ao paciente, porém, com o passar do tempo e avanço da mesma, complicações como dificuldade de leitura e direção, ansiedade, baixa autoestima e estresse psicossocial são comuns.
Ou seja, pode impactar drasticamente a qualidade de vida do paciente.
Assim, o ideal é que ele busque saber mais sobre hemiespasmo facial com um profissional da área. Neste conteúdo falaremos mais sobre isso, mas, caso prefira falar diretamente com um profissional, é só clicar no link abaixo:
Quero falar com um Neurologista
Boa leitura! 🙂
O hemiespasmo facial é uma condição caracterizada por contrações involuntárias e intermitentes dos músculos de um lado da face (hemiface).
Estas contrações são indolores e não intencionais, porém tendem a ter um aumento de frequência quando os pacientes estão sob estresse emocional ou ansiosos. Uma característica do hemiespasmo facial é a persistência dos espasmos mesmo durante o sono dos pacientes.
No início da doença, as contrações mais frequentes começam nos músculos ao redor dos olhos, local nomeado por musculatura periorbital, gerando o Blefaroespasmo, ou mais conhecido, espasmo muscular involuntário.
Com o passar dos anos, inicia-se o acometimento de outros grupos musculares da face, caracteristicamente o canto da boca. A cada contração, o paciente repuxa a boca para o lado acometido.
Nas fases mais avançadas, ocorre a perda da visão do lado acometido, devido a ulceração corneana.
O hemiespasmo facial é mais comum em mulheres. Quanto ao local, ao lado esquerdo da face.
Parece óbvio que os sintomas do hemiespasmo facial são os espasmos, porém, há níveis diferentes conforme o avanço da condição. Entenda um pouco mais sobre:
1.Olhos (músculo periorbital)
Geralmente, os sintomas se iniciam na pálpebra inferior e no lado esquerdo.
2. Boca (músculo orbicular da boca)
3. Rosto
4. Qualidade de vida
Existem outras doenças que possuem sintomas muito parecidos. Para receber o diagnóstico e tratamento adequado, fale com um especialista.
Como o próprio nome indica “hemiespasmo facial”, os principais músculos são os faciais. Dentre eles:
Você já viu que o paciente que detêm hemiespasmo facial possui os sintomas agravados pela ansiedade e estresse, mas entenda agora o que pode causar esse espasmo facial:
Algumas vezes, não conseguimos identificar a causa exata e desta forma chamamos de idiopática.
Se você possui alguns espasmos e ainda não sabe o que significa, marque uma consulta com um neurologista. Para isso, clique no link abaixo:
Os exames complementares de rotina são normais. Na Ressonância de Crânio específica para o nervo facial podemos observar o chamado “conflito neurovascular“, porém este achado pode ocorrer em pacientes normais (sem hemiespasmo facial).
Os outros exames, como ressonância de crânio e tomografia de crânio, devem ser realizados para excluir causas secundárias de hemiespasmo facial.
Mas, num geral, os sintomas, história clínica e exames podem diagnosticar o hemiespasmo facial. Dentre os exames temos:
Existem algumas medicações que podem ser inicialmente utilizadas no tratamento do hemiespasmo facial, como a carbamazepina. Porém, a resposta é pouco efetiva e ocorrem efeitos colaterais significativos.
Uma questão prática importante nos pacientes com hemiespasmo facial é o manejo da ansiedade, pois a ansiedade piora muito a doença, e além disso, o hemiespasmo facial gera um alto estigma nos pacientes e isso pode acarretar ansiedade.
O tratamento inicial padrão para o hemiespasmo facial são as aplicações periódicas de Toxina botulínica do tipo A.
Estas aplicações são procedimentos de baixo risco, no entanto, é necessário um treinamento adequado do médico que aplica, pois o mesmo deve avaliar quais os grupamentos musculares mais afetados e realizar um cálculo correto da dose da toxina botulínica.
A grande desvantagem do uso da toxina botulínica é a necessidade de reaplicação de 4 em 4 meses, geralmente. Além disso, muitos pacientes apresentam assimetria facial com o uso da toxina botulínica. Ainda, com o passar dos anos, alguns pacientes passam a não responder mais ao tratamento..
O custo das aplicações de toxina botulinica nos pacientes com hemiespasmo facial é relativamente alto (soma-se o custo da toxina propriamente dita e da aplicação). E este custo alto se repete de 4 em 4 meses.
A terceira sugestão de tratamento trata-se de um procedimento cirúrgico muito efetivo para o tratamento do hemiespasmo facial, chamado de descompressão microvascular.
Neste procedimento, o neurocirurgião desfaz o conflito (o contato intenso) entre a artéria cerebelar inferior anterior e o nervo facial, e desta forma, ocorre a melhora imediata do quadro.
A microcirurgia para tratamento do hemiespasmo facial é realizada com anestesia geral, através de um pequeno corte na região posterior da cabeça, com o uso do microscópio cirúrgico.
Após a cirurgia, cerca de 91% dos pacientes ficam totalmente curados (Jannetta PJ. Neurovascular compression in cranial nerve and systemic disease. Ann Surg. 1980;192:518-525).
Esta cirurgia se encontra no ROL de Procedimentos da ANS (agência nacional de saúde suplementar) e desta forma é de cobertura obrigatória para os convênios médicos.
Esta é uma excelente pergunta. Culturalmente, nós, brasileiros, apresentamos bastante receio dos procedimentos cirúrgicos.
Além disso, existe todo um sistema e um marketing específico em relação ao uso continuado dos derivados da toxina botulínica e, na minha opinião, isto também pode explicar em parte a baixa frequência da realização desta cirurgia na população brasileira.
Doutor, depois de tantas explicações, eu fiquei confuso e queria saber qual tratamento escolher?
Na minha prática diária, eu inicio o tratamento avaliando a questão da ansiedade. Após controlada a ansiedade, e na persistência de sintomas, eu discuto com os pacientes sobre as opções (toxina botulínica e cirurgia).
Geralmente iniciamos com a toxina botulínica. Se ao longo dos anos o paciente não tolerar as frequentes assimetrias faciais ou se a toxina botulínica começar a perder o efeito (e desta forma, mesmo com o uso da toxina botulínica o paciente apresenta-se com baixa qualidade de vida), indicamos a cirurgia.
Ficou com alguma dúvida? Assista nosso vídeo e esclareça todas elas. 🙂
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